sábado, 15 de junho de 2013

Classe média experimenta o terror que a PM paulista toca na periferia


ANALISEM A REPORTAGEM. VAMOS COMENTAR NA PRÓXIMA AULA.


reporter-Giuliana-Vallone
Foi brutal, mas foi didático.
A classe média paulistana — inclusive aquela formada por repórteres da Folha e do Estadão — experimentou na própria pele o comportamento autoritário, brutal e descontrolado da Polícia Militar de Geraldo Alckmin, com a conivência do PT, de Fernando Haddad e do ministro da Justiça, que ofereceu o reforço da Força Nacional.
Incitado, ironicamente, pela própria mídia fã da ditabranda.
A PM paulista demonstrou o zeitgeist de sua existência: bater, em nome da segurança nacional, nos mais frágeis. Suprimir a democracia. Barbarizar jornalistas e manifestantes. Usar as armas de que dispõe graças ao financiamento público para atacar o público que a financia.
Em nome de manter a avenida Paulista “aberta ao trânsito”, a PM paulista fechou a cidade de São Paulo.
Se tivesse acompanhado à distância o protesto dos manifestantes, como aconteceu no Rio de Janeiro, a cidade teria sofrido muito menos do que sofreu.
A “demonstração de força”, às custas do dinheiro público, foi bárbara — como podem testemunhar centenas de pessoas que foram atacadas indiscriminadamente pela PM paulista “por estarem na rua”.
O resultado concreto é que, graças à lógica doidivanas da PM paulista, as manifestações do Movimento do Passe Livre — sobre o qual cabem dezenas de questionamentos — só tendem a crescer.
O mais repugnante é ver gente supostamente ligada ao PT e à esquerda posicionada sobre o muro, aguardando um piscar de olhos das “lideranças” para lamentar ou aplaudir o comportamento dos manifestantes.
Eles podem errar. O Estado, não.
O Estado não pode torturar, bater ou barbarizar, como fez nos tempos da ditadura militar.
Jovens podem agir de forma irresponsável. O Estado, com o monopólio da violência, não.
Infelizmente, ontem vimos o Estado agir como um jovem irresponsável, disparando bombas, atacando jornalistas e barbarizando transeuntes.
Como na ditadura militar. Vimos, também, o oportunismo de petistas, tomados por uma amnésia profunda sobre os primórdios do próprio partido, nos anos de chumbo em que a mesma PM atuou para abortar o PT e os
movimentos sociais.

Assina sta matéria: Luiz Carlos Azenha


Fonte da matéria: Gelédes

O CONCEITO DE ESTADO PARA MAX WEBER

Segundo a teoria de Max Weber galera, "O Estado é aquele que detém o MONOPÓLIO LEGÍTIMO DA FORÇA", ou seja, o Estado é o único que possui o poder legítimo de pegar em armas.

CONFIRAM:


Existe uma série de CATEGORIAS que cada um de nós utiliza para nos situarmos em relação à REALIDADE A NOSSA VOLTA. Idade, etnia, gênero, orientação sexual, classe social e nacionalidade são alguns exemplos desses marcadores que DEFINE quem somos - para nós mesmos e também para os outros. Identificamo-nos como brasileiros, argentinos, ou paraguaios, a partir de nosso país de origem. Logo que nascemos, ganhamos uma NACIONALIDADE que acompanhará toda nossa HISTÓRIA, vinculando a nossa existência a um país e conferindo-nos uma série de restrições, deveres e SENTIDOS. É difícil concebermos um mundo em que o ESTADO nacional não seja CENTRAL na formação de nossa identidade e na ORGANIZAÇÃO DA VIDA SOCIAL. Entretanto, o Estado como o conhecemos hoje NEM SEMPRE EXISTIU e, tampouco tem sua permanência garantida no FUTURO DAS SOCIEDADES. “No que diz respeito às criações humanas nada é permanente. Sobretudo quando não estamos falando de coisas físicas, ou seja, quando nos referimos às instituições sociais – como o capitalismo, a escravidão ou o Estado”, nos explica o professor do Departamento de História da USP, Modesto Florenzano.
Vamos à DEFINIÇÃO weberiana de ESTADO.
Esta definição é talvez uma das mais famosas na Sociologia. No artigo POLÍTICA COMO VOCAÇÃO, Weber afirma que o Estado é “uma relação de homens que dominam seus iguais, mantida pela violência legítima (isto é, considerada legítima)”. Assim, na concepção de Weber, o Estado é um APARATO ADMINISTRATIVO e POLÍTICO que detém o MONOPÓLIO da VIOLÊNCIA LEGÍTIMA dentro de um DETERMINADO TERRITÓRIO, a partir da CRENÇA dos indivíduos em sua legitimidade.
Dois pontos são fundamentais para Weber.
1º: o monopólio estatal da violência legítima não significa que apenas o Estado fará uso da força, pois indivíduos e organizações civis poderão, eventualmente, fazer uso da violência física.
ENTRETANTO, APENAS O ESTADO É AUTORIZADO PELA SOCIEDADE PARA USÁ-LA COM LEGITIMIDADE. Sendo assim, organizações como ou o crime organizado no Brasil - o PCC – pode ser um exemplo de grupos que fazem uso da força sem, todavia, terem o apoio do restante da sociedade para fazê-lo. Já, os grupos separatistas que fazem uso da violência para organizar revoluções de cunho político podem, eventualmente, colocar a legitimidade estatal em questão se obtiverem o apoio da maior parte da população. Se recordem dos de seus estudos sobre os movimentos de guerrilha no período da ditadura militar no Brasil.
2º - Essa AUTORIZAÇÃO SOCIAL do uso da força ocorre porque os DOMINADOS aceitam obedecer a seus DOMINANTES. Esta aceitação, por sua vez, tem três possíveis justificativas.
a)    Pode ocorrer devido a uma “autoridade do passado eterno, ou seja, uma TRADIÇÃO dos costumes consagrados por meio de validade imemorial” – este é o TIPO de dominação chamada de TRADICIONAL;

b)     Outra possibilidade é que ocorra devido ao CARISMA de um líder – este é o TIPO de dominação CARISMÁTICA;

c)    Por fim, como conhecemos nos Estados modernos, a dominação ocorre através da LEGALIDADE, ou seja, é “fundada na crença da validade legal e da competência funcional baseada em normas racionalmente definidas” (DOMINAÇÃO LEGAL).

“O Estado é anterior à nação, pelo menos ao que diz respeito ao Ocidente europeu, no qual foi a existência prévia do Estado que criou a nação ideologicamente. Podemos pensar em nação como uma ideologia ou como um sentimento. Nesse sentido, o Estado é um arranjo político que contribui fortemente para essa ideologia” Modesto Florenzano , professor do Departamento de História da USP

Apesar das particularidades, NESTES TRÊS CASOS a DOMINAÇÃO fundamenta-se EXCLUSIVAMENTE na crença da MAIOR PARTE DAS PESSOAS que consideram LEGÍTIMO o poder daqueles que os GOVERNAM (dominam).
Vejam que essa definição implica que um Estado NÃO MAIS SE MANTERIA se, do dia para a noite, a PARCELA MAJORITÁRIA das pessoas que sustentam a sua existência DEIXASSEM DE ACREDITAR na VALIDADE DO SISTEMA que a governa e, como consequência, passasse a fazer uso da força e a acreditar que pode fazê-lo legitimamente.

SENDO ASSIM, a INSTITUIÇÃO estatal somente se SUSTENTA (é legitimada) com a ACEITAÇÃO e com o apoio dos DOMINADOS.
NOTA: Weber, de certa maneira, se amparara em um elemento psicológico para justificar a dominação estatal. Por causa disso, o Estado tem que se apresentar permanentemente aos cidadãos como legítimo, para manter a crença em sua validade.

No caso do ESTADO BUROCRÁTICO, sustentado pela dominação legal, estabeleceu-se uma série de normas e limites para a legitimidade do uso estatal da violência. Dessa forma, a força física só poderá ser usada dentro de determinados PRECEITOS, sob o risco de que o Estado PERCA sua legitimidade se desafiá-los. 

Veja o video:


 Violência em São Paulo - De quem é a culpa?

domingo, 26 de maio de 2013

Religião: O papel que as crenças religiosas desempenham na vida social

O estudo da religião é tema constitutivo e fundador da sociologia. Tanto Karl Marx, como Émile Durkheim e Max Weber se interessaram pela elaboração de teorias visando compreender aspectos da vida religiosa e sua influência na sociedade.

Os estudos produzidos por Weber, porém, sem dúvida alguma tiveram maior amplitude teórica e empírica. Weber analisou e comparou diversas religiões que existiram e que ainda existem no mundo, avaliando o papel que as crenças religiosas exercem na conduta dos indivíduos em sociedade. Num plano mais geral, o autor desvelou o potencial que a religião tem de provocar transformações na ordem social, sejam elas na esfera da economia, da política ou da cultura em geral.
A sociologia compreensiva
Weber jamais aceitou os pressupostos do materialismo histórico (teoria elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels) como único modelo teórico-metodológico válido para compreensão da realidade social.

De acordo com a teoria marxista, a forma como o homem produz e reproduz sua sobrevivência (ou seja, a maneira como busca satisfazer suas necessidades materiais, indispensáveis à manutenção da própria vida) exerce uma influência determinante sobre as outras esferas da vida social, tais como a religião, a cultura, as instituições políticas e jurídicas, etc.

A sociologia compreensiva formulada por Weber se contrapõe ao determinismo econômico ao enfatizar que nem sempre as diversas esferas da vida social derivam (ou estão subordinadas) da estrutura econômica de uma sociedade. Há casos em que ocorre o inverso, isto é, as ideias, valores éticos e concepções de mundo (ou seja, as representações sociais) podem desempenhar um papel crucial na produção da vida material.
Religiosidade e racionalidade econômica
Weber atribuiu às crenças e valores religiosos um papel importante na conduta dos indivíduos em sociedade. Num dos seus livros mais proeminentes, "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", ele defendeu a tese de que a religião protestante exerceu uma poderosa influência no surgimento do modo de produção capitalista.

Com base em dados estatísticos extraídos da sociedade americana, ele demonstra que, naquele país, os líderes do mundo dos negócios e os proprietários de capitais eram, na maioria dos casos, adeptos do protestantismo. Weber descreveu e analisou os valores e princípios éticos constitutivos da crença religiosa protestante e apontou sua adequação à racionalidade inerente ao empreendimento capitalista.
Ethos calvinista e espírito do capitalismo
Reforma Protestante foi um movimento religioso que se contrapôs aos preceitos e dogmas do catolicismo. A partir dela, surgiram várias seitas protestantes, entre elas as que se basearam no pensamento de João Calvino.

Weber observou que a expansão das seitas calvinistas na Inglaterra coincidiu com o aparecimento do modo de produção capitalista. Os preceitos religiosos constitutivos da doutrina calvinista levaram seus adeptos a adotarem um estilo de vida metódico em todos os aspectos, denominado por Weber de ascetismo.

ethos de vida característico do ascetismo calvinista levava os crentes a valorizarem o trabalho secular (mundano), o lucro e a acumulação de riquezas materiais. Enquanto o católico buscava assegurar a salvação pela virtude, pelo arrependimento e pela penitência, os adeptos do calvinismo - e do protestantismo de modo geral - viviam sem saber se seriam salvos ou condenados.

Essa incerteza levava-os a buscarem, no decorrer de suas vidas, possíveis sinais de concessão da graça divina. O enriquecimento econômico, por exemplo, era um sinal que Deus daria aos predestinados à salvação, aos "escolhidos". Por conta disso, os calvinistas desenvolveram um rígido e disciplinado modo vida, que os levava a concentrarem seus esforços na acumulação material.

As atividades econômicas peculiares ao empreendimento capitalista - ou seja, a extração pacífica da mais-valia (do lucro), através da compra e remuneração da mão de obra do trabalhador livre - foram muito beneficiadas porque se adequaram ao estilo de vida dos crentes protestantes.

ethos calvinista concebe o trabalho como uma vocação. A disciplina moral calvinista levava os crentes a pouparem seus ganhos e, ao mesmo tempo, os inibia de usarem os lucros para o consumo de bens luxuosos. Por isso, os lucros geralmente eram reinvestidos no próprio empreendimento capitalista, gerando um movimento cíclico de acumulação/reinvestimento/acumulação.
Afinidade eletiva
Weber emprega o conceito de afinidade eletiva a fim de explicar a influência que os valores religiosos calvinistas exerceram no sentido de "desencadear" o capitalismo. Uma vez desencadeados, os valores e práticas religiosas calvinistas deixam de ser "determinantes" para a permanência e a continuidade do capitalismo.

O conceito de afinidade eletiva é mais complexo do que a concepção de "causas determinantes". Há uma correspondência entre o ethos calvinista (espírito do capitalismo) e o empreendimento capitalista, mas é impossível apresentar uma explicação com base nos pressupostos de "causa" e "efeito".
Religiões orientais
É interessante compararmos "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" com outros estudos de Weber, em especial aqueles que se referem às religiões asiáticas, como, por exemplo, o hinduísmo e outras religiões que são a base das sociedades de castas.

Nesses casos, a religião serviria para manter uma ordem social e econômica acentuadamente hierarquizada e estática, ou seja, sem qualquer possibilidade de haver mobilidade e mudança social. O caso da Índia é interessante.

Há décadas, o Partido Comunista da Índia, considerado uma das grandes forças políticas daquele país, tentou em vão aplicar programas políticos de melhoria das condições de vida das populações mais pobres. Sempre houve uma enorme resistência social, que levou ao fracasso inúmeros programas políticos de caráter socialista (que preconizavam igualdade e justiça social), pois a sociedade de castas está fortemente assentada sobre preceitos religiosos muito arraigados, que concebem as desigualdades e diferenças sociais como manifestações da vontade divina.
Renato Cancian, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais. É autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: gênese e atuação política - 1972-1985".


Fonte: Uol - educação

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Biografia de Max Weber


Max Weber

Sociólogo e economista alemão

Biografia de Max Weber



Max Weber (1864-1920) foi sociólogo e economista alemão. Nasceu em Erfurt, Turíngia, Alemanha, no dia 21 de abril de 1864. Foi nomeado professor de economia da Universidade de Heidelberg. Entre 1900 e 1918, ficou afastado do magistério em consequência de um colapso nervoso. No período que ficou afastado, colaborou em diversos jornais alemães e realizou diversas pesquisas.
Max Weber é considerado um dos fundadores da sociologia moderna, ao lado de Conte, Marx e Durkheim. Suas obras principais são "Economia e Sociedade" e "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo". Nesse último livro, o sociólogo realizou importante estudo sobre como a religião, especialmente o protestantismo nos EUA, foi um fator importante para a consolidação do capitalismo. Em contrapartida, Weber achava que o catolicismo tradicional poderia ser um fator impeditivo para o desenvolvimento e prosperidade econômica de países que praticavam aquela religião. Isso se devia ao fato do ideário católico pregar a condenação do lucro. Já a religião protestante possuía maior identificação com a produção de riquezas, justamente, por valorizar o mérito pessoal e o trabalho como meios de valorização espiritual.
Max Weber possui muitos seguidores, entre eles o sociólogo francês Raymond Aron, o ensaísta brasileiro José Guilherme Merquior e o escritor Sérgio Buarque de Holanda.
Max Weber morreu em Munique, vítima de pneumonia, no dia 14 de junho de 1920.







Atividade - Max Weber


Atividade - Max Weber


Sociologia de Weber

1 - Assinale a opção que contenha as categorias básicas da sociologia de Max Weber:
a) função social, tipo ideal, mais-valia
b) expropriação, compreensão, fato patológico
c) ação social, materialismo, idealismo
d) vontade de poder, julgamento de valor, solidariedade mecânica
e) ação social, relação social, tipo ideal

Weber e os tipos ideais
2 - A respeito dos estudos comparativos, a resposta de Weber foi a elaboração de “tipos ideais”, que constituem um dispositivo generalizante, um modelo heurístico, sobre o qual era possível aplicar a comparação. Nas suas explicações históricas comparadas, Weber rejeita sempre a hipótese de leis ou de monocausalidade; ele pensa, portanto, que um evento pode ter diversas causas e que conjuntos diversos de causas podem ter o mesmo efeito. A validade das comparações em Weber provém das suas construções empíricas dos processos de indução e de introspecção mais do que de uma verificação causal de hipóteses.
Paola Rebughini. A comparação qualitativa de objetos complexos e o efeito da reflexividade. In: Alberto Melluci (org.) Por uma sociologia reflexiva: pesquisa qualitativa e cultura. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 242 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, assinale a opção correta a respeito de “tipos ideais”, segundo a formulação proposta por Max Weber.

A- Os “tipos ideais” não são construções empíricas.B- A causalidade única é a base dos “tipos ideais”.
C- A comparação não é essencial para a construção dos “tipos ideais”.
D- Os “tipos ideais” não permitem uma explicação histórica.
E- Os “tipos ideais” são construídos essencialmente a partir da verificação causal de hipóteses.

Weber: éticas de convicção e responsabilidade
3 - Um exemplo clássico da relação entre ética e política é a teoria weberiana sobre a “ética de convicção” e a “ética de responsabilidade”. Assinale a opção que representa a forma como Max Weber definia essas duas éticas.
A- “A ética de convicção” está vinculada à idéia de revolução, e a “ética de responsabilidade”, à idéia de bom senso.
B- A “ética de convicção” diz respeito àqueles que vivem “da” política; a “ética de responsabilidade”, àqueles que vivem “para” a política.
C- A “ética de convicção” está relacionada ao nosso sistema de crenças e valores; a “ética de responsabilidade”, ao dever de respondermos pelas previsíveis conseqüências de nossos atos.
D- A “ética de convicção” relaciona-se ao cumprimento da lei; a “ética de responsabilidade”, ao nosso senso de proporção.
E- A “ética de convicção” equivale ao compromisso com a sociedade; a “ética de responsabilidade”, ao compromisso com o governo.

Poder e dominação

4 - Sobre os conceitos de poder e dominação, tal como elaborados por Max Weber, é correto afirmar que:
a) a dominação prescinde do poder, uma vez que os indivíduos que se submetem a uma ordem de dominação não levam em conta os recursos que possuem aqueles que exercem a dominação.
b) são equivalentes, pois tanto um quanto outro são relações sociais às quais os indivíduos atribuem sentido, compartilhando, portanto, motivações.
c) toda relação de poder implica uma relação de dominação, já que a força sem uma base de legitimação não pode ser exercida.
d) não são equivalentes, pois a dominação supõe a presença do consentimento na relação entre “X” e “Y”, o que,  necessariamente, não se dá com o poder.

Weber: eleições: relações sociais
5 - Por trás das disputas que os candidatos travam pela preferência do eleitorado, há uma base minuciosa de informações. Perto das eleições, os concorrentes debruçam-se sobre gráficos, planilhas e tabelas de preferências de voto, buscando descobrir quais as tendências dos eleitores. Pesquisadores, escondidos atrás de vidros espelhados, acompanham as conversas de grupos de pessoas comuns de diferentes classes que, em troca de um sanduíche e um refrigerante, comentam e debatem as campanhas políticas. Nessa técnica de pesquisa qualitativa, descobre-se, além da convergência das intenções, as motivações que se repetem nos votos dos eleitores, as razões gerais que poderiam fazê-los mudar de opção, como eles propõem e ouvem argumentos sobre o tema. A aplicação do modelo de pesquisa que aparece descrito no texto baseia-se, principalmente, na teoria sociológica de Max Weber (1864-1920). A utilização dessa teoria indica que os pesquisadores pretendem:
a) investigar as funções sociais das instituições, tais como igreja, escola e família, para entender o comportamento dos grupos sociais.
b) pesquisar o proletariado como a classe social mais importante na estruturação da vida social.
c) analisar os aparelhos repressores do Estado, pois são eles que determinam os comportamentos individuais.
d) estudar a psique humana que revela a autonomia do indivíduo em relação à sociedade.

e) pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que configuram as relações sociais.

Weber: obediência e dominação
6 - O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) definiu dominação como a “possibilidade de encontrar obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de determinado grupo de pessoas” (WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília: UnB, 1991. p. 139).
Em Weber este conceito está relacionado à idéia de autoridade e a partir dele é possível analisar a estrutura das organizações e instituições como empresas, igrejas e governos. Na sociedade capitalista, dentre os vários tipos de dominação existentes, predomina a dominação burocrática ou racional. Assinale a alternativa que indica corretamente a quem se deve obediência nesse tipo de dominação.

a) “À ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída e aos superiores por ela determinados, em virtude da legalidade formal de suas disposições.”
b) “Aos mais velhos, pois são eles os melhores conhecedores da tradição sagrada.”
c) “Ao líder carismaticamente qualificado como tal, em virtude de confiança pessoal na sua capacidade de revelação, heroísmo ou exemplaridade.”
d) “À pessoa do senhor nomeada pela tradição e vinculada a esta, em virtude de devoção aos hábitos costumeiros.”
e) “Ao senhor, mas não a normas positivas estabelecidas. E isto unicamente segundo a tradição.”

Max Weber
7 - O Estado é constituído por instituições responsáveis pela formulação e execução de leis e políticas públicas de um país. De acordo com Weber, o Estado possui o monopólio da força e da violência, exercendo, assim, uma dominação legítima.A partir da informação acima, assinale a alternativa que contém a característica do Estado segundo Weber.
A) É definido pelos seus fins e não pelos seus meios, sendo sua finalidade fundamental o exercício da dominação legítima junto às pessoas daquela sociedade.
B) É definido pelos seus meios e não pelos seus fins, sendo o seu meio peculiar o monopólio legítimo do uso da força física na esfera da vida social daquela sociedade.
C) Constitui um instrumento de dominação de classe legítimo que não necessita de qualquer justificativa para o exercício de sua autoridade.
D) Consiste em uma relação de dominação entre os homens sob a condição de que os dominados se rebelam à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores.

Max Weber - Ação Social
8 - Ao fazer uso da sociologia de Max Weber, podemos afirmar que fenômenos sociais como, por exemplo, a moda, a formação do Estado ou o desenvolvimento da economia capitalista, podem ser compreendidos por meio do conceito de ação social. Esta afirmação implica considerar que:A) estes fenômenos sociais são determinados pela estrutura econômica vigente em uma dada sociedade e condicionam as condutas e os interesses dos indivíduos.

B) as estruturas sociais são constituídas a partir das ações dos indivíduos, os quais são livres para realizar escolhas e orientam suas condutas com referência à ação de outros indivíduos.
C) os fenômenos sociais são constituídos como sistemas orgânicos, de modo que os indivíduos agem em cooperação com o todo, tendo em vista o bom funcionamento da sociedade.
D) a conduta individual tem base exclusivamente racional e é orientada para o interesse de transformação social, com vistas ao progresso da sociedade e à autonomia do indivíduo.


9 - Max Weber, em sua obra Economia e Sociedade, propõe uma classificação típico-ideal da ação social, de acordo com o sentido ou orientação dos atores. Considere os exemplos de ação social citados abaixo:
I – o consumidor adquire um relógio motivado pela emoção que este lhe causa.
II – o empresário estabelece uma gratificação para os empregados mais produtivos.
III – o católico caminha noventa quilômetros para demonstrar sua fé.
IV – o(a) estudante escolhe o colégio X só porque ali estudaram seus pais e avós.
Marque a alternativa correta.
a) Os exemplos III e IV ilustram, respectivamente, a ação afetiva e a ação racional com relação a fins.
b) Os exemplos  I e III ilustram, respectivamente, a ação racional com relação a fins e a ação tradicional.
c) Os exemplos II e IV ilustram, respectivamente, a ação afetiva e a ação racional com relação a valores.
d) Os exemplos II e III ilustram, respectivamente, a ação racional com relação a fins e a ação racional com relação a valores.


Ciência Social segundo Max Weber
10 - Leia o texto a seguir, escrito por Max Weber (1864-1920), que reflete sobre a relação entre ciência social e verdade: “[...] nos é também impossível abraçar inteiramente a seqüência de todos os eventos físicos e mentais no espaço e no tempo, assim como esgotar integralmente o mínimo elemento do real. De um lado, nosso conhecimento não é uma reprodução do real, porque ele pode somente transpô-lo, reconstruí-lo com a ajuda de conceitos, de outra parte, nenhum conceito e nem também a totalidade dos conceitos são perfeitamente adequados ao objeto ou ao mundo que eles se esforçam em explicar e compreender. Entre conceito e realidade existe um hiato intransponível. Disso resulta que todo conhecimento, inclusive a ciência, implica uma seleção, seguindo a orientação de nossa curiosidade e a significação que damos a isto que tentamos apreender”. (Traduzido de: FREUND, Julien. Max Weber. Paris: PUF, 1969. p. 33.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, para Weber:

a) A ciência social, por tratar de um objeto cujas causas são infinitas, ao invés de buscar compreendê-lo, deve limitar-se a descrever sua aparência.
b) A ciência social revela que a infinitude das variáveis envolvidas na geração dos fatos sociais permite a elaboração teórica totalizante a seu respeito.
c) O conhecimento nas ciências sociais pode estabelecer parcialmente as conexões internas de um objeto, portanto, é limitado para abordá-lo em sua plenitude.
d) Alguns fenômenos sociais podem ser analisados cientificamente na sua totalidade porque são menos complexos do que outros nas conexões internas de suas causas.
e) O obstáculo para a ciência social estabelecer um conhecimento totalizante do objeto é o fato de desconsiderar contribuições de áreas como a  biologia e a psicologia, que tratam dos eventos físicos e mentais.

O poder do Estado

11 - Leia os trechos seguintes e faça o que se pede.

11.1. “A Polícia Federal (PF) prendeu ontem 22 pessoas em sete Estados e no Distrito Federal, acusadas de envolvimento em uma das maiores organizações criminosas do país, que atuava no tráfico internacional de drogas e na lavagem de dinheiro (....).”
Folha de S.Paulo, 10/12/2002.
11.2. “O vice-presidente da Câmara de Rio Maria, Artidônio Almeida Brandalise (PST), 55, foi assassinado com dois tiros na noite de domingo em frente à sua casa por dois homens.”

Folha de S.Paulo, 11/12/2002.

Compare estes acontecimentos noticiados pela imprensa, relacionando-os com a definição dada por Max Weber do Estado moderno como o detentor do monopólio legítimo do uso da força.
  
 Fonte:
 blog "theoriapratica.org"

Teoria da Ação Social de Max Weber


Ação Social de Max Weber




Max Weber e seu conceito de Ação Social são muito estudados no Ensino Médio, por isso, acredito, que uma apresentação breve do conceito ajudará os iniciantes a compreender um pouco o pensamento de Weber em relações a esse conceito.

Para início de conversa, Max Weber é considerado o fundador da sociologia compreensiva, a qual busca compreender o sentido das ações sociais.

"Nós chamamos a sociologia uma ciência que visa compreender a ação social construtiva e, assim, para explicar causalmente seu desenvolvimento e efeitos" (Economia e Sociedade).

Para Weber, a Sociologia deve se preocupar com a interpretação das ações sociais. Para a análise de uma ação social [para julgar se seria ou não uma ação social] necessário observar três aspectos. Seriam eles:
Em uma ação social os indivíduos levam em conta a existência e o comportamento dos outros. Por exemplo, duas crianças muito pequenas brincando na mesma sala não há ação social, isso por falta de percepção do significado das ações do outro. Nesse caso não há ação social.
Outro critério é do significado: a ação do sujeito deve ter o seu valor como um sinal ou símbolo para os outros e as ações dos outros também devem ter seu valor como um sinal ou símbolo. Assim, a ações social será sempre dotada de sentido. A conduta é inserido num sistema de comunicação.

Uma vez identificado a ação como "ação social", torna-se necessário o sociólogo buscar compreender os sentido da ação. Um outro sociólogo que avançou a partir das bases colocadas por Max Weber foi Alfred Shutz, o qual gosto muito.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

O documentário "Derrubaram o Pinheirinho" e A SOCIOLOGIA CRÍTICA DE KARL MARX (Para aula do dia 07/05/2013)


É um documentário que conta a história dos quase 6000 moradores da ocupação "Pinheirinho". Essas pessoas moravam desde 2004 num terreno abandonado há mais de 20 anos, em São José dos Campos. Esse terreno era de propriedade de uma empresa que havia falido em 1989, a Selecta, pertencente ao empresário Naji Nahas.
Em julho de 2011, a justiça ordenou que as famílias fossem retiradas de lá. Em 22 de janeiro de 2012, a Polícia militar do estado de São Paulo realizou a reintegração de posse, colocando todos os 6000 para fora. A maioria deles saiu apenas com a roupa do corpo. No mesmo dia em que os moradores foram retirados do terreno, os tratores começaram a derrubar as casas com todos os pertences dos moradores dentro; o que é totalmente ilegal. 
Essas pessoas além de perderem o teto, perderam tudo o que tinham, tudo o que compraram em quase 8 anos de trabalho. A maioria das famílias eram bem pobres, que ganhavam entre 0 e 3 salários mínimos, o que é bem pouco num estado com alto custo de vida como São Paulo.
O governo, em vez de regularizar a situação dos quase 6000 moradores, preferiu expulsar todos eles do terreno e criar um imenso problema social na cidade.
Este documentário conta a história completa do Pinheirinho, desde a origem do terreno até a ocupação em 2004, as várias tentativas de acabar com a ocupação, as tentativas de segregar os moradores, as falsas promessas da prefeitura em regularizar o terreno, a reintegração em janeiro de 2012, até os fatos mais próximos de janeiro de 2013, quando o documentário foi finalizado.



Matéria original: site Luis Nassif



Este documentário nos ajudará a compreender melhor a concepção de sociedade para Karl Marx. De quebra, aproveitem para identificar algumas das principais críticas que são feitas ao ideal de "ORDEM E PREGRESSO", defendido pela sociologia de Durkheim.

(só lembrando que, devido o tempo de aula, assistiremos apenas um trecho - a definir - do documentário)

Se liguem, o cinema é uma ótima ferramenta de estudos!!!

Juntar cinema e sociologia é sucesso!

Principais aspectos da sociologia de Karl Marx que discutiremos na próxima aula (07/05)


"A história de todas as sociedades tem sido a história da luta de classes" 



Para Marx, 

·       As condições materiais determinam a organização social;
·         O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de uma sociedade forma sua base ou ESTRUTURA (também conhecido como infra-estrutura): fundamento sobre o qual se constituem as instituições sociais e políticas;
·         SUPER-ESTRUTURA - segundo a concepção materialista da história, na produção da vida os homens geram também outra espécie de produtos que não tem forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos moreia e estéticos, sistemas legais, sistemas de ensino, comunicação, conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida diversos;
·         Os homens se relacionam a partir de RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO
·         SOCIEDADE CAPITALISTA é dividida em duas classes sociais fundamentais = BURGUESES (os que detém os meios de produção) x PROLETÁRIOS ( os que não detém os meios de produção e são obrigados a venderem o único bem que possuem:  a sua força de trabalho);
·         MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO – QUESTIONA a perspectiva a qual as relações burguesas são naturais, estão de acordo com as leis da natureza, como se fossem independentes da influência do tempo sendo, por isto, consideradas eternas que devem sempre reger a sociedade (naturalismo);
·         Principais obras: O manifesto comunista (escrito em conjunto com Frederick Engels); O Capital; A Ideologia Alemã.

Organizado por: Juliéverson Carvalho.

O pensamento de Marx em charges


Analisem as imagens e comentem: sobre o que elas refletem?











E ai?
SE A SOCIOLOGIA DE KARL MARX É CRÍTICA, ENTÃO VAMOS EXERCÊ-LA E REFLETIR SOBRE A ALIENAÇÃO DO CAPITAL?

Pois bem, então 
Ouça esta música e comente sobre ela no final.

MÚSICA - CIDADÃO - ZÉ RAMALHO
"E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que ajudei a construir"

domingo, 28 de abril de 2013

A TEORIA DO CRIME E DA PENA EM DURKHEIM: UMA CONCEPÇÃO PECULIAR DO DELITO( 30/04/2013)



Ouça a musica e leia em seguida o trecho da obra de Durkheim:

1 TRIBUNAL DE RUA - O RAPPA



2 - “Se há um fato cujo caráter patológico parece incontestável é sem dúvida o crime. Todos os criminólogos estão de acordo sobre esse ponto. Apesar de explicarem esta morbidez de maneiras diferentes, são unânimes na sua constatação. Contudo, o problema merecia ser tratado com menos superficialidade (...) Com efeito, apliquemos as regras precedentes. O crime não se produz só na maior parte das sociedades desta ou daquela espécie, mas em todas as sociedades, qualquer que seja o tipo destas. Não há nenhuma em que não haja criminalidade. Muda de forma, os atos assim classificados não são os mesmos em todo o lado; mas em todo o lado e em todos os tempos existiram homens que se conduziram de tal modo que a repressão penal se abateu sobre eles” ( DURKHEIM, Émile. Da Divisão Social do Trabalho, p. 82)


A partir de seus conhecimentos sobre o tema, utilize a música e o trecho em questão para responder a seguinte pergunta:

Segundo Durkheim, o que faz com que o crime seja “normal” e presente em todas as sociedades? Qual seria o papel social que Durkheim dá ao criminoso?


Obs: Responda em, no máximo, 10 linhas ( pode ser enviado por comentário aqui mesmo - não esqueçam o nome e a turma -  ou entregue terça-feira na aula)

Saudações e ao trabalho!


segunda-feira, 22 de abril de 2013

ATIVIDADE PARA AULA "SOCIOLOGIA DE DURKHEIM" - FRIDA KHALO

Turma Frida KHALO.


Observem nessa matéria " CORTES EM SAÚDE AUMENTAM CASOS DE SUICÍDIO, INFECÇÕES E AIDS NA EUROPA" (link aqui)

Na próxima aula trataremos a respeito do que são "Fatos Sociais". 

Leiam esta matéria para comparamos com a análise sociológica de Durkheim, ok?




ATÉ TERÇA-FEIRA.

domingo, 21 de abril de 2013

Conceitos-chave para compreender a teoria sociológica de Durkheim



Neste artigo serão apresentados os conceitos-chaves da obra de Durkheim, a saber:

FATOS SOCIAIS;
ANOMIA;
SOLIDARIEDADE - TIPOS DE SOLIDARIEDADE: MECÂNICA E ORGÂNICA;
COESÃO SOCIAL.


Bom, como já conversamos em sala de aula, foi com Emile Durkheim (1858-1917) que  Sociologia passou a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu.


No livro, "As Regras do Método Sociológico" (link do livro), Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia. Para Durkheim, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais, então bora compreender o que são fatos sociais?

Fatos Sociais


Um exemplo simples nos ajuda a entender o conceito de fato social, segundo Durkheim. Se um aluno chegasse à escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme bronca e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada.Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma punição. O modo de vestir é um fato social. São fatos sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de outros fenômenos do mesmo tipo. Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles  são introjetados pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo.

Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais têm as seguintes características: 

generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo; 

exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade;

coercitividade – os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido.

Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais.



Outros conceitos-chaves são os de:




ANOMIA

CONCEITO
A palavra tem origem grega e vem de a + nomos, onde a significa ausência, falta, privação, inexistência; e nomos quer dizer leinorma. Etimologicamente, portanto, anomia significa falta de lei ou ausência de norma de conduta. Foi com esse entendimento que Durkheim usou a palavra pela primeira vez, em seu famoso estudo sobre a divisão do trabalho social, num esforço para explicar certos fenômenos que ocorrem na sociedade.
Depois dele diversos autores têm abordado o conceito com variações quanto ao seu exato entendimento, conforme assinalado por Robert Bierstedt, segundo o qual o termo tem sido empregado com três significados diferentes, a saber:
1) desorganização pessoal do tipo que resulta em um indivíduo desorientado ou fora da lei, com reduzida vinculação à rigidez da estrutura social ou à natureza de suas normas;
2) conflito de normas, o que resulta em situações sociais que acarretam para o indivíduo dificuldades em seus esforços para conformar às exigências contraditórias.
3) ausência de norma, ou seja, situação social que, em seus casos limítrofes, não contém normas; e, em conseqüência, o contrário de sociedade, como anarquia é o contrário de governo.
Entendemos, todavia, que sociologicamente, a palavra pode ser usada em um quarto sentido, que é a síntese, ou pelo menos guarda perfeita correlação com os três primeiros, eis que em qualquer das variações do significado de anomia está presente a idéia da falta ou abandono das normas sociais de comportamento. Assim sendo, pode-se afirmar que a anomia indica desvio de comportamento, que pode ocorrer por ausência de lei, conflito de normas, ou ainda desorganização pessoal.


CAUSAS DE COMPORTAMENTO ANÔMICO (OU DE DESVIO)
Em qualquer sociedade do mundo, por mais eficientes que sejam as suas normas de conduta e bem estruturadas e aparelhadas as suas instituições jurídicas, vamos encontrar comportamento de desvio, como um verdadeiro fenômeno universal. Pode variar de intensidade – em uma sociedade vamos encontrar maior incidência de comportamento anômico que em outra; vamos encontrar em algumas, maior incidência de um tipo de desvio – mas o fenômeno sempre existirá.
Se as leis são boas, bem elaboradas, adequadas aos interesses sociais e se as instituições destinadas a manter a ordem jurídica são eficientes e bem estruturadas, em princípio não deveria ocorrer comportamento de desvio. Todos deveriam estar empenhados em manter um comportamento em harmonia com as normas de conduta social, de sorte a não existir desvio.
Muitos sociólogos têm se empenhado em encontrar as causas do comportamento anômico, existindo a respeito várias teorias, entre as quais vamos examinar a de Émile Durkheim e a de Robert Merton.
Antes de qualquer coisa, entretanto, é necessário distinguir causa de fator, coisas diferentes, mas que por muitos são confundidas. Por causa entende-se aquilo que determina a existência de uma coisa: a circunstância sem a qual o fenômeno não existe. É, portanto, o agente causador do fenômeno social, sua origem, princípio, motivo ou razão de ser. Eliminada a causa, o fenômeno haverá de desaparecer.
Por outro lado o fator, embora não dê causa ao fenômeno, concorre para sua maior ou menor incidência. É a circunstância que, de qualquer forma concorre para o resultado. Pode-se dizer, por exemplo, que a pobreza, a miséria, é um fator de incidência da criminalidade, porque, segundo as estatísticas, 90% ou mais da população carcerária é constituída de pessoas provenientes das classes sociais mais humildes. Mas não é certamente a causa de conduta delituosa, porque há um número muito grande de pessoas pobres que não são delinquentes. Pode-se dizer, igualmente, que o analfabetismo, a ignorância, é outro fator de criminalidade, pois na mesma população presidiária encontramos 85% de analfabetos ou portadoras apenas de instrução primária. Mas não é causa de criminalidade, porque há milhões de analfabetos no Brasil que não enveredaram pelos caminhos do crime.
Como já ficou dito, preocupa-se o estudo da anomia, com as causas, e não simplesmente com os fatores que são inúmeros, mesmo porque de quase nada adianta combater os fatores sem eliminar as causas. É tentar secar a árvore daninha arrancando-lhe simplesmente as folhas, sem cortar-lhe a raiz.

Solidariedade mecânica e Solidariedade Orgânica

Na obra "Da Divisão Social do Trabalho" (link do livro), Durkheim buscou esclarecer que a existência de uma sociedade, bem como

a própria coesão social, está baseada no grau de consenso produzido entre os indivíduos. Esse cosenso produzido ele chamou de solidariedade.
Para Durkheim existem dois tipos de solidariedade: a  mecânica e a orgânica.
Abaixo é apresentado os dois tipos de solidariedades, assim como uma tabela comparativa.


Solidariedade mecânica
Para ele a solidariedade mecânica é característica das sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs.
Nestas sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo. São justamente essa correspondência de valores que irão assegurar a coesão social.


Solidariedade orgânica
De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada.

A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim emprega alguns conceitos das ciências naturais, em particular da biologia (muito em uso na época em que ele começou seus estudos sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação entre a diferenciação crescente sobre a qual se assenta a solidariedade orgânica.

Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de interdependência entre os indivíduos.

Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas: isto é, o Direito.

Veja a tabela comparativa.





FONTE:


http://www.cafecomsociologia.com/search/label/Textos>> acesso 21 de abril de 2013.