sábado, 15 de junho de 2013

O CONCEITO DE ESTADO PARA MAX WEBER

Segundo a teoria de Max Weber galera, "O Estado é aquele que detém o MONOPÓLIO LEGÍTIMO DA FORÇA", ou seja, o Estado é o único que possui o poder legítimo de pegar em armas.

CONFIRAM:


Existe uma série de CATEGORIAS que cada um de nós utiliza para nos situarmos em relação à REALIDADE A NOSSA VOLTA. Idade, etnia, gênero, orientação sexual, classe social e nacionalidade são alguns exemplos desses marcadores que DEFINE quem somos - para nós mesmos e também para os outros. Identificamo-nos como brasileiros, argentinos, ou paraguaios, a partir de nosso país de origem. Logo que nascemos, ganhamos uma NACIONALIDADE que acompanhará toda nossa HISTÓRIA, vinculando a nossa existência a um país e conferindo-nos uma série de restrições, deveres e SENTIDOS. É difícil concebermos um mundo em que o ESTADO nacional não seja CENTRAL na formação de nossa identidade e na ORGANIZAÇÃO DA VIDA SOCIAL. Entretanto, o Estado como o conhecemos hoje NEM SEMPRE EXISTIU e, tampouco tem sua permanência garantida no FUTURO DAS SOCIEDADES. “No que diz respeito às criações humanas nada é permanente. Sobretudo quando não estamos falando de coisas físicas, ou seja, quando nos referimos às instituições sociais – como o capitalismo, a escravidão ou o Estado”, nos explica o professor do Departamento de História da USP, Modesto Florenzano.
Vamos à DEFINIÇÃO weberiana de ESTADO.
Esta definição é talvez uma das mais famosas na Sociologia. No artigo POLÍTICA COMO VOCAÇÃO, Weber afirma que o Estado é “uma relação de homens que dominam seus iguais, mantida pela violência legítima (isto é, considerada legítima)”. Assim, na concepção de Weber, o Estado é um APARATO ADMINISTRATIVO e POLÍTICO que detém o MONOPÓLIO da VIOLÊNCIA LEGÍTIMA dentro de um DETERMINADO TERRITÓRIO, a partir da CRENÇA dos indivíduos em sua legitimidade.
Dois pontos são fundamentais para Weber.
1º: o monopólio estatal da violência legítima não significa que apenas o Estado fará uso da força, pois indivíduos e organizações civis poderão, eventualmente, fazer uso da violência física.
ENTRETANTO, APENAS O ESTADO É AUTORIZADO PELA SOCIEDADE PARA USÁ-LA COM LEGITIMIDADE. Sendo assim, organizações como ou o crime organizado no Brasil - o PCC – pode ser um exemplo de grupos que fazem uso da força sem, todavia, terem o apoio do restante da sociedade para fazê-lo. Já, os grupos separatistas que fazem uso da violência para organizar revoluções de cunho político podem, eventualmente, colocar a legitimidade estatal em questão se obtiverem o apoio da maior parte da população. Se recordem dos de seus estudos sobre os movimentos de guerrilha no período da ditadura militar no Brasil.
2º - Essa AUTORIZAÇÃO SOCIAL do uso da força ocorre porque os DOMINADOS aceitam obedecer a seus DOMINANTES. Esta aceitação, por sua vez, tem três possíveis justificativas.
a)    Pode ocorrer devido a uma “autoridade do passado eterno, ou seja, uma TRADIÇÃO dos costumes consagrados por meio de validade imemorial” – este é o TIPO de dominação chamada de TRADICIONAL;

b)     Outra possibilidade é que ocorra devido ao CARISMA de um líder – este é o TIPO de dominação CARISMÁTICA;

c)    Por fim, como conhecemos nos Estados modernos, a dominação ocorre através da LEGALIDADE, ou seja, é “fundada na crença da validade legal e da competência funcional baseada em normas racionalmente definidas” (DOMINAÇÃO LEGAL).

“O Estado é anterior à nação, pelo menos ao que diz respeito ao Ocidente europeu, no qual foi a existência prévia do Estado que criou a nação ideologicamente. Podemos pensar em nação como uma ideologia ou como um sentimento. Nesse sentido, o Estado é um arranjo político que contribui fortemente para essa ideologia” Modesto Florenzano , professor do Departamento de História da USP

Apesar das particularidades, NESTES TRÊS CASOS a DOMINAÇÃO fundamenta-se EXCLUSIVAMENTE na crença da MAIOR PARTE DAS PESSOAS que consideram LEGÍTIMO o poder daqueles que os GOVERNAM (dominam).
Vejam que essa definição implica que um Estado NÃO MAIS SE MANTERIA se, do dia para a noite, a PARCELA MAJORITÁRIA das pessoas que sustentam a sua existência DEIXASSEM DE ACREDITAR na VALIDADE DO SISTEMA que a governa e, como consequência, passasse a fazer uso da força e a acreditar que pode fazê-lo legitimamente.

SENDO ASSIM, a INSTITUIÇÃO estatal somente se SUSTENTA (é legitimada) com a ACEITAÇÃO e com o apoio dos DOMINADOS.
NOTA: Weber, de certa maneira, se amparara em um elemento psicológico para justificar a dominação estatal. Por causa disso, o Estado tem que se apresentar permanentemente aos cidadãos como legítimo, para manter a crença em sua validade.

No caso do ESTADO BUROCRÁTICO, sustentado pela dominação legal, estabeleceu-se uma série de normas e limites para a legitimidade do uso estatal da violência. Dessa forma, a força física só poderá ser usada dentro de determinados PRECEITOS, sob o risco de que o Estado PERCA sua legitimidade se desafiá-los. 

Veja o video:


 Violência em São Paulo - De quem é a culpa?

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Portanto, um governo soberano reconhecido interna externamente, deve fazer o uso da força e da coerçao, pois deve manter e deter o monopólio desta. Entretanto, sob certos preceitos fundamentais, conforme o autor, a fim de alcançar determinado objetivo, o bem comum. Parabéns, ótima reflexão.

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