sábado, 15 de junho de 2013

Classe média experimenta o terror que a PM paulista toca na periferia


ANALISEM A REPORTAGEM. VAMOS COMENTAR NA PRÓXIMA AULA.


reporter-Giuliana-Vallone
Foi brutal, mas foi didático.
A classe média paulistana — inclusive aquela formada por repórteres da Folha e do Estadão — experimentou na própria pele o comportamento autoritário, brutal e descontrolado da Polícia Militar de Geraldo Alckmin, com a conivência do PT, de Fernando Haddad e do ministro da Justiça, que ofereceu o reforço da Força Nacional.
Incitado, ironicamente, pela própria mídia fã da ditabranda.
A PM paulista demonstrou o zeitgeist de sua existência: bater, em nome da segurança nacional, nos mais frágeis. Suprimir a democracia. Barbarizar jornalistas e manifestantes. Usar as armas de que dispõe graças ao financiamento público para atacar o público que a financia.
Em nome de manter a avenida Paulista “aberta ao trânsito”, a PM paulista fechou a cidade de São Paulo.
Se tivesse acompanhado à distância o protesto dos manifestantes, como aconteceu no Rio de Janeiro, a cidade teria sofrido muito menos do que sofreu.
A “demonstração de força”, às custas do dinheiro público, foi bárbara — como podem testemunhar centenas de pessoas que foram atacadas indiscriminadamente pela PM paulista “por estarem na rua”.
O resultado concreto é que, graças à lógica doidivanas da PM paulista, as manifestações do Movimento do Passe Livre — sobre o qual cabem dezenas de questionamentos — só tendem a crescer.
O mais repugnante é ver gente supostamente ligada ao PT e à esquerda posicionada sobre o muro, aguardando um piscar de olhos das “lideranças” para lamentar ou aplaudir o comportamento dos manifestantes.
Eles podem errar. O Estado, não.
O Estado não pode torturar, bater ou barbarizar, como fez nos tempos da ditadura militar.
Jovens podem agir de forma irresponsável. O Estado, com o monopólio da violência, não.
Infelizmente, ontem vimos o Estado agir como um jovem irresponsável, disparando bombas, atacando jornalistas e barbarizando transeuntes.
Como na ditadura militar. Vimos, também, o oportunismo de petistas, tomados por uma amnésia profunda sobre os primórdios do próprio partido, nos anos de chumbo em que a mesma PM atuou para abortar o PT e os
movimentos sociais.

Assina sta matéria: Luiz Carlos Azenha


Fonte da matéria: Gelédes

O CONCEITO DE ESTADO PARA MAX WEBER

Segundo a teoria de Max Weber galera, "O Estado é aquele que detém o MONOPÓLIO LEGÍTIMO DA FORÇA", ou seja, o Estado é o único que possui o poder legítimo de pegar em armas.

CONFIRAM:


Existe uma série de CATEGORIAS que cada um de nós utiliza para nos situarmos em relação à REALIDADE A NOSSA VOLTA. Idade, etnia, gênero, orientação sexual, classe social e nacionalidade são alguns exemplos desses marcadores que DEFINE quem somos - para nós mesmos e também para os outros. Identificamo-nos como brasileiros, argentinos, ou paraguaios, a partir de nosso país de origem. Logo que nascemos, ganhamos uma NACIONALIDADE que acompanhará toda nossa HISTÓRIA, vinculando a nossa existência a um país e conferindo-nos uma série de restrições, deveres e SENTIDOS. É difícil concebermos um mundo em que o ESTADO nacional não seja CENTRAL na formação de nossa identidade e na ORGANIZAÇÃO DA VIDA SOCIAL. Entretanto, o Estado como o conhecemos hoje NEM SEMPRE EXISTIU e, tampouco tem sua permanência garantida no FUTURO DAS SOCIEDADES. “No que diz respeito às criações humanas nada é permanente. Sobretudo quando não estamos falando de coisas físicas, ou seja, quando nos referimos às instituições sociais – como o capitalismo, a escravidão ou o Estado”, nos explica o professor do Departamento de História da USP, Modesto Florenzano.
Vamos à DEFINIÇÃO weberiana de ESTADO.
Esta definição é talvez uma das mais famosas na Sociologia. No artigo POLÍTICA COMO VOCAÇÃO, Weber afirma que o Estado é “uma relação de homens que dominam seus iguais, mantida pela violência legítima (isto é, considerada legítima)”. Assim, na concepção de Weber, o Estado é um APARATO ADMINISTRATIVO e POLÍTICO que detém o MONOPÓLIO da VIOLÊNCIA LEGÍTIMA dentro de um DETERMINADO TERRITÓRIO, a partir da CRENÇA dos indivíduos em sua legitimidade.
Dois pontos são fundamentais para Weber.
1º: o monopólio estatal da violência legítima não significa que apenas o Estado fará uso da força, pois indivíduos e organizações civis poderão, eventualmente, fazer uso da violência física.
ENTRETANTO, APENAS O ESTADO É AUTORIZADO PELA SOCIEDADE PARA USÁ-LA COM LEGITIMIDADE. Sendo assim, organizações como ou o crime organizado no Brasil - o PCC – pode ser um exemplo de grupos que fazem uso da força sem, todavia, terem o apoio do restante da sociedade para fazê-lo. Já, os grupos separatistas que fazem uso da violência para organizar revoluções de cunho político podem, eventualmente, colocar a legitimidade estatal em questão se obtiverem o apoio da maior parte da população. Se recordem dos de seus estudos sobre os movimentos de guerrilha no período da ditadura militar no Brasil.
2º - Essa AUTORIZAÇÃO SOCIAL do uso da força ocorre porque os DOMINADOS aceitam obedecer a seus DOMINANTES. Esta aceitação, por sua vez, tem três possíveis justificativas.
a)    Pode ocorrer devido a uma “autoridade do passado eterno, ou seja, uma TRADIÇÃO dos costumes consagrados por meio de validade imemorial” – este é o TIPO de dominação chamada de TRADICIONAL;

b)     Outra possibilidade é que ocorra devido ao CARISMA de um líder – este é o TIPO de dominação CARISMÁTICA;

c)    Por fim, como conhecemos nos Estados modernos, a dominação ocorre através da LEGALIDADE, ou seja, é “fundada na crença da validade legal e da competência funcional baseada em normas racionalmente definidas” (DOMINAÇÃO LEGAL).

“O Estado é anterior à nação, pelo menos ao que diz respeito ao Ocidente europeu, no qual foi a existência prévia do Estado que criou a nação ideologicamente. Podemos pensar em nação como uma ideologia ou como um sentimento. Nesse sentido, o Estado é um arranjo político que contribui fortemente para essa ideologia” Modesto Florenzano , professor do Departamento de História da USP

Apesar das particularidades, NESTES TRÊS CASOS a DOMINAÇÃO fundamenta-se EXCLUSIVAMENTE na crença da MAIOR PARTE DAS PESSOAS que consideram LEGÍTIMO o poder daqueles que os GOVERNAM (dominam).
Vejam que essa definição implica que um Estado NÃO MAIS SE MANTERIA se, do dia para a noite, a PARCELA MAJORITÁRIA das pessoas que sustentam a sua existência DEIXASSEM DE ACREDITAR na VALIDADE DO SISTEMA que a governa e, como consequência, passasse a fazer uso da força e a acreditar que pode fazê-lo legitimamente.

SENDO ASSIM, a INSTITUIÇÃO estatal somente se SUSTENTA (é legitimada) com a ACEITAÇÃO e com o apoio dos DOMINADOS.
NOTA: Weber, de certa maneira, se amparara em um elemento psicológico para justificar a dominação estatal. Por causa disso, o Estado tem que se apresentar permanentemente aos cidadãos como legítimo, para manter a crença em sua validade.

No caso do ESTADO BUROCRÁTICO, sustentado pela dominação legal, estabeleceu-se uma série de normas e limites para a legitimidade do uso estatal da violência. Dessa forma, a força física só poderá ser usada dentro de determinados PRECEITOS, sob o risco de que o Estado PERCA sua legitimidade se desafiá-los. 

Veja o video:


 Violência em São Paulo - De quem é a culpa?