domingo, 26 de maio de 2013

Religião: O papel que as crenças religiosas desempenham na vida social

O estudo da religião é tema constitutivo e fundador da sociologia. Tanto Karl Marx, como Émile Durkheim e Max Weber se interessaram pela elaboração de teorias visando compreender aspectos da vida religiosa e sua influência na sociedade.

Os estudos produzidos por Weber, porém, sem dúvida alguma tiveram maior amplitude teórica e empírica. Weber analisou e comparou diversas religiões que existiram e que ainda existem no mundo, avaliando o papel que as crenças religiosas exercem na conduta dos indivíduos em sociedade. Num plano mais geral, o autor desvelou o potencial que a religião tem de provocar transformações na ordem social, sejam elas na esfera da economia, da política ou da cultura em geral.
A sociologia compreensiva
Weber jamais aceitou os pressupostos do materialismo histórico (teoria elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels) como único modelo teórico-metodológico válido para compreensão da realidade social.

De acordo com a teoria marxista, a forma como o homem produz e reproduz sua sobrevivência (ou seja, a maneira como busca satisfazer suas necessidades materiais, indispensáveis à manutenção da própria vida) exerce uma influência determinante sobre as outras esferas da vida social, tais como a religião, a cultura, as instituições políticas e jurídicas, etc.

A sociologia compreensiva formulada por Weber se contrapõe ao determinismo econômico ao enfatizar que nem sempre as diversas esferas da vida social derivam (ou estão subordinadas) da estrutura econômica de uma sociedade. Há casos em que ocorre o inverso, isto é, as ideias, valores éticos e concepções de mundo (ou seja, as representações sociais) podem desempenhar um papel crucial na produção da vida material.
Religiosidade e racionalidade econômica
Weber atribuiu às crenças e valores religiosos um papel importante na conduta dos indivíduos em sociedade. Num dos seus livros mais proeminentes, "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", ele defendeu a tese de que a religião protestante exerceu uma poderosa influência no surgimento do modo de produção capitalista.

Com base em dados estatísticos extraídos da sociedade americana, ele demonstra que, naquele país, os líderes do mundo dos negócios e os proprietários de capitais eram, na maioria dos casos, adeptos do protestantismo. Weber descreveu e analisou os valores e princípios éticos constitutivos da crença religiosa protestante e apontou sua adequação à racionalidade inerente ao empreendimento capitalista.
Ethos calvinista e espírito do capitalismo
Reforma Protestante foi um movimento religioso que se contrapôs aos preceitos e dogmas do catolicismo. A partir dela, surgiram várias seitas protestantes, entre elas as que se basearam no pensamento de João Calvino.

Weber observou que a expansão das seitas calvinistas na Inglaterra coincidiu com o aparecimento do modo de produção capitalista. Os preceitos religiosos constitutivos da doutrina calvinista levaram seus adeptos a adotarem um estilo de vida metódico em todos os aspectos, denominado por Weber de ascetismo.

ethos de vida característico do ascetismo calvinista levava os crentes a valorizarem o trabalho secular (mundano), o lucro e a acumulação de riquezas materiais. Enquanto o católico buscava assegurar a salvação pela virtude, pelo arrependimento e pela penitência, os adeptos do calvinismo - e do protestantismo de modo geral - viviam sem saber se seriam salvos ou condenados.

Essa incerteza levava-os a buscarem, no decorrer de suas vidas, possíveis sinais de concessão da graça divina. O enriquecimento econômico, por exemplo, era um sinal que Deus daria aos predestinados à salvação, aos "escolhidos". Por conta disso, os calvinistas desenvolveram um rígido e disciplinado modo vida, que os levava a concentrarem seus esforços na acumulação material.

As atividades econômicas peculiares ao empreendimento capitalista - ou seja, a extração pacífica da mais-valia (do lucro), através da compra e remuneração da mão de obra do trabalhador livre - foram muito beneficiadas porque se adequaram ao estilo de vida dos crentes protestantes.

ethos calvinista concebe o trabalho como uma vocação. A disciplina moral calvinista levava os crentes a pouparem seus ganhos e, ao mesmo tempo, os inibia de usarem os lucros para o consumo de bens luxuosos. Por isso, os lucros geralmente eram reinvestidos no próprio empreendimento capitalista, gerando um movimento cíclico de acumulação/reinvestimento/acumulação.
Afinidade eletiva
Weber emprega o conceito de afinidade eletiva a fim de explicar a influência que os valores religiosos calvinistas exerceram no sentido de "desencadear" o capitalismo. Uma vez desencadeados, os valores e práticas religiosas calvinistas deixam de ser "determinantes" para a permanência e a continuidade do capitalismo.

O conceito de afinidade eletiva é mais complexo do que a concepção de "causas determinantes". Há uma correspondência entre o ethos calvinista (espírito do capitalismo) e o empreendimento capitalista, mas é impossível apresentar uma explicação com base nos pressupostos de "causa" e "efeito".
Religiões orientais
É interessante compararmos "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" com outros estudos de Weber, em especial aqueles que se referem às religiões asiáticas, como, por exemplo, o hinduísmo e outras religiões que são a base das sociedades de castas.

Nesses casos, a religião serviria para manter uma ordem social e econômica acentuadamente hierarquizada e estática, ou seja, sem qualquer possibilidade de haver mobilidade e mudança social. O caso da Índia é interessante.

Há décadas, o Partido Comunista da Índia, considerado uma das grandes forças políticas daquele país, tentou em vão aplicar programas políticos de melhoria das condições de vida das populações mais pobres. Sempre houve uma enorme resistência social, que levou ao fracasso inúmeros programas políticos de caráter socialista (que preconizavam igualdade e justiça social), pois a sociedade de castas está fortemente assentada sobre preceitos religiosos muito arraigados, que concebem as desigualdades e diferenças sociais como manifestações da vontade divina.
Renato Cancian, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais. É autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: gênese e atuação política - 1972-1985".


Fonte: Uol - educação

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Biografia de Max Weber


Max Weber

Sociólogo e economista alemão

Biografia de Max Weber



Max Weber (1864-1920) foi sociólogo e economista alemão. Nasceu em Erfurt, Turíngia, Alemanha, no dia 21 de abril de 1864. Foi nomeado professor de economia da Universidade de Heidelberg. Entre 1900 e 1918, ficou afastado do magistério em consequência de um colapso nervoso. No período que ficou afastado, colaborou em diversos jornais alemães e realizou diversas pesquisas.
Max Weber é considerado um dos fundadores da sociologia moderna, ao lado de Conte, Marx e Durkheim. Suas obras principais são "Economia e Sociedade" e "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo". Nesse último livro, o sociólogo realizou importante estudo sobre como a religião, especialmente o protestantismo nos EUA, foi um fator importante para a consolidação do capitalismo. Em contrapartida, Weber achava que o catolicismo tradicional poderia ser um fator impeditivo para o desenvolvimento e prosperidade econômica de países que praticavam aquela religião. Isso se devia ao fato do ideário católico pregar a condenação do lucro. Já a religião protestante possuía maior identificação com a produção de riquezas, justamente, por valorizar o mérito pessoal e o trabalho como meios de valorização espiritual.
Max Weber possui muitos seguidores, entre eles o sociólogo francês Raymond Aron, o ensaísta brasileiro José Guilherme Merquior e o escritor Sérgio Buarque de Holanda.
Max Weber morreu em Munique, vítima de pneumonia, no dia 14 de junho de 1920.







Atividade - Max Weber


Atividade - Max Weber


Sociologia de Weber

1 - Assinale a opção que contenha as categorias básicas da sociologia de Max Weber:
a) função social, tipo ideal, mais-valia
b) expropriação, compreensão, fato patológico
c) ação social, materialismo, idealismo
d) vontade de poder, julgamento de valor, solidariedade mecânica
e) ação social, relação social, tipo ideal

Weber e os tipos ideais
2 - A respeito dos estudos comparativos, a resposta de Weber foi a elaboração de “tipos ideais”, que constituem um dispositivo generalizante, um modelo heurístico, sobre o qual era possível aplicar a comparação. Nas suas explicações históricas comparadas, Weber rejeita sempre a hipótese de leis ou de monocausalidade; ele pensa, portanto, que um evento pode ter diversas causas e que conjuntos diversos de causas podem ter o mesmo efeito. A validade das comparações em Weber provém das suas construções empíricas dos processos de indução e de introspecção mais do que de uma verificação causal de hipóteses.
Paola Rebughini. A comparação qualitativa de objetos complexos e o efeito da reflexividade. In: Alberto Melluci (org.) Por uma sociologia reflexiva: pesquisa qualitativa e cultura. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 242 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, assinale a opção correta a respeito de “tipos ideais”, segundo a formulação proposta por Max Weber.

A- Os “tipos ideais” não são construções empíricas.B- A causalidade única é a base dos “tipos ideais”.
C- A comparação não é essencial para a construção dos “tipos ideais”.
D- Os “tipos ideais” não permitem uma explicação histórica.
E- Os “tipos ideais” são construídos essencialmente a partir da verificação causal de hipóteses.

Weber: éticas de convicção e responsabilidade
3 - Um exemplo clássico da relação entre ética e política é a teoria weberiana sobre a “ética de convicção” e a “ética de responsabilidade”. Assinale a opção que representa a forma como Max Weber definia essas duas éticas.
A- “A ética de convicção” está vinculada à idéia de revolução, e a “ética de responsabilidade”, à idéia de bom senso.
B- A “ética de convicção” diz respeito àqueles que vivem “da” política; a “ética de responsabilidade”, àqueles que vivem “para” a política.
C- A “ética de convicção” está relacionada ao nosso sistema de crenças e valores; a “ética de responsabilidade”, ao dever de respondermos pelas previsíveis conseqüências de nossos atos.
D- A “ética de convicção” relaciona-se ao cumprimento da lei; a “ética de responsabilidade”, ao nosso senso de proporção.
E- A “ética de convicção” equivale ao compromisso com a sociedade; a “ética de responsabilidade”, ao compromisso com o governo.

Poder e dominação

4 - Sobre os conceitos de poder e dominação, tal como elaborados por Max Weber, é correto afirmar que:
a) a dominação prescinde do poder, uma vez que os indivíduos que se submetem a uma ordem de dominação não levam em conta os recursos que possuem aqueles que exercem a dominação.
b) são equivalentes, pois tanto um quanto outro são relações sociais às quais os indivíduos atribuem sentido, compartilhando, portanto, motivações.
c) toda relação de poder implica uma relação de dominação, já que a força sem uma base de legitimação não pode ser exercida.
d) não são equivalentes, pois a dominação supõe a presença do consentimento na relação entre “X” e “Y”, o que,  necessariamente, não se dá com o poder.

Weber: eleições: relações sociais
5 - Por trás das disputas que os candidatos travam pela preferência do eleitorado, há uma base minuciosa de informações. Perto das eleições, os concorrentes debruçam-se sobre gráficos, planilhas e tabelas de preferências de voto, buscando descobrir quais as tendências dos eleitores. Pesquisadores, escondidos atrás de vidros espelhados, acompanham as conversas de grupos de pessoas comuns de diferentes classes que, em troca de um sanduíche e um refrigerante, comentam e debatem as campanhas políticas. Nessa técnica de pesquisa qualitativa, descobre-se, além da convergência das intenções, as motivações que se repetem nos votos dos eleitores, as razões gerais que poderiam fazê-los mudar de opção, como eles propõem e ouvem argumentos sobre o tema. A aplicação do modelo de pesquisa que aparece descrito no texto baseia-se, principalmente, na teoria sociológica de Max Weber (1864-1920). A utilização dessa teoria indica que os pesquisadores pretendem:
a) investigar as funções sociais das instituições, tais como igreja, escola e família, para entender o comportamento dos grupos sociais.
b) pesquisar o proletariado como a classe social mais importante na estruturação da vida social.
c) analisar os aparelhos repressores do Estado, pois são eles que determinam os comportamentos individuais.
d) estudar a psique humana que revela a autonomia do indivíduo em relação à sociedade.

e) pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que configuram as relações sociais.

Weber: obediência e dominação
6 - O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) definiu dominação como a “possibilidade de encontrar obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de determinado grupo de pessoas” (WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília: UnB, 1991. p. 139).
Em Weber este conceito está relacionado à idéia de autoridade e a partir dele é possível analisar a estrutura das organizações e instituições como empresas, igrejas e governos. Na sociedade capitalista, dentre os vários tipos de dominação existentes, predomina a dominação burocrática ou racional. Assinale a alternativa que indica corretamente a quem se deve obediência nesse tipo de dominação.

a) “À ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída e aos superiores por ela determinados, em virtude da legalidade formal de suas disposições.”
b) “Aos mais velhos, pois são eles os melhores conhecedores da tradição sagrada.”
c) “Ao líder carismaticamente qualificado como tal, em virtude de confiança pessoal na sua capacidade de revelação, heroísmo ou exemplaridade.”
d) “À pessoa do senhor nomeada pela tradição e vinculada a esta, em virtude de devoção aos hábitos costumeiros.”
e) “Ao senhor, mas não a normas positivas estabelecidas. E isto unicamente segundo a tradição.”

Max Weber
7 - O Estado é constituído por instituições responsáveis pela formulação e execução de leis e políticas públicas de um país. De acordo com Weber, o Estado possui o monopólio da força e da violência, exercendo, assim, uma dominação legítima.A partir da informação acima, assinale a alternativa que contém a característica do Estado segundo Weber.
A) É definido pelos seus fins e não pelos seus meios, sendo sua finalidade fundamental o exercício da dominação legítima junto às pessoas daquela sociedade.
B) É definido pelos seus meios e não pelos seus fins, sendo o seu meio peculiar o monopólio legítimo do uso da força física na esfera da vida social daquela sociedade.
C) Constitui um instrumento de dominação de classe legítimo que não necessita de qualquer justificativa para o exercício de sua autoridade.
D) Consiste em uma relação de dominação entre os homens sob a condição de que os dominados se rebelam à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores.

Max Weber - Ação Social
8 - Ao fazer uso da sociologia de Max Weber, podemos afirmar que fenômenos sociais como, por exemplo, a moda, a formação do Estado ou o desenvolvimento da economia capitalista, podem ser compreendidos por meio do conceito de ação social. Esta afirmação implica considerar que:A) estes fenômenos sociais são determinados pela estrutura econômica vigente em uma dada sociedade e condicionam as condutas e os interesses dos indivíduos.

B) as estruturas sociais são constituídas a partir das ações dos indivíduos, os quais são livres para realizar escolhas e orientam suas condutas com referência à ação de outros indivíduos.
C) os fenômenos sociais são constituídos como sistemas orgânicos, de modo que os indivíduos agem em cooperação com o todo, tendo em vista o bom funcionamento da sociedade.
D) a conduta individual tem base exclusivamente racional e é orientada para o interesse de transformação social, com vistas ao progresso da sociedade e à autonomia do indivíduo.


9 - Max Weber, em sua obra Economia e Sociedade, propõe uma classificação típico-ideal da ação social, de acordo com o sentido ou orientação dos atores. Considere os exemplos de ação social citados abaixo:
I – o consumidor adquire um relógio motivado pela emoção que este lhe causa.
II – o empresário estabelece uma gratificação para os empregados mais produtivos.
III – o católico caminha noventa quilômetros para demonstrar sua fé.
IV – o(a) estudante escolhe o colégio X só porque ali estudaram seus pais e avós.
Marque a alternativa correta.
a) Os exemplos III e IV ilustram, respectivamente, a ação afetiva e a ação racional com relação a fins.
b) Os exemplos  I e III ilustram, respectivamente, a ação racional com relação a fins e a ação tradicional.
c) Os exemplos II e IV ilustram, respectivamente, a ação afetiva e a ação racional com relação a valores.
d) Os exemplos II e III ilustram, respectivamente, a ação racional com relação a fins e a ação racional com relação a valores.


Ciência Social segundo Max Weber
10 - Leia o texto a seguir, escrito por Max Weber (1864-1920), que reflete sobre a relação entre ciência social e verdade: “[...] nos é também impossível abraçar inteiramente a seqüência de todos os eventos físicos e mentais no espaço e no tempo, assim como esgotar integralmente o mínimo elemento do real. De um lado, nosso conhecimento não é uma reprodução do real, porque ele pode somente transpô-lo, reconstruí-lo com a ajuda de conceitos, de outra parte, nenhum conceito e nem também a totalidade dos conceitos são perfeitamente adequados ao objeto ou ao mundo que eles se esforçam em explicar e compreender. Entre conceito e realidade existe um hiato intransponível. Disso resulta que todo conhecimento, inclusive a ciência, implica uma seleção, seguindo a orientação de nossa curiosidade e a significação que damos a isto que tentamos apreender”. (Traduzido de: FREUND, Julien. Max Weber. Paris: PUF, 1969. p. 33.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, para Weber:

a) A ciência social, por tratar de um objeto cujas causas são infinitas, ao invés de buscar compreendê-lo, deve limitar-se a descrever sua aparência.
b) A ciência social revela que a infinitude das variáveis envolvidas na geração dos fatos sociais permite a elaboração teórica totalizante a seu respeito.
c) O conhecimento nas ciências sociais pode estabelecer parcialmente as conexões internas de um objeto, portanto, é limitado para abordá-lo em sua plenitude.
d) Alguns fenômenos sociais podem ser analisados cientificamente na sua totalidade porque são menos complexos do que outros nas conexões internas de suas causas.
e) O obstáculo para a ciência social estabelecer um conhecimento totalizante do objeto é o fato de desconsiderar contribuições de áreas como a  biologia e a psicologia, que tratam dos eventos físicos e mentais.

O poder do Estado

11 - Leia os trechos seguintes e faça o que se pede.

11.1. “A Polícia Federal (PF) prendeu ontem 22 pessoas em sete Estados e no Distrito Federal, acusadas de envolvimento em uma das maiores organizações criminosas do país, que atuava no tráfico internacional de drogas e na lavagem de dinheiro (....).”
Folha de S.Paulo, 10/12/2002.
11.2. “O vice-presidente da Câmara de Rio Maria, Artidônio Almeida Brandalise (PST), 55, foi assassinado com dois tiros na noite de domingo em frente à sua casa por dois homens.”

Folha de S.Paulo, 11/12/2002.

Compare estes acontecimentos noticiados pela imprensa, relacionando-os com a definição dada por Max Weber do Estado moderno como o detentor do monopólio legítimo do uso da força.
  
 Fonte:
 blog "theoriapratica.org"

Teoria da Ação Social de Max Weber


Ação Social de Max Weber




Max Weber e seu conceito de Ação Social são muito estudados no Ensino Médio, por isso, acredito, que uma apresentação breve do conceito ajudará os iniciantes a compreender um pouco o pensamento de Weber em relações a esse conceito.

Para início de conversa, Max Weber é considerado o fundador da sociologia compreensiva, a qual busca compreender o sentido das ações sociais.

"Nós chamamos a sociologia uma ciência que visa compreender a ação social construtiva e, assim, para explicar causalmente seu desenvolvimento e efeitos" (Economia e Sociedade).

Para Weber, a Sociologia deve se preocupar com a interpretação das ações sociais. Para a análise de uma ação social [para julgar se seria ou não uma ação social] necessário observar três aspectos. Seriam eles:
Em uma ação social os indivíduos levam em conta a existência e o comportamento dos outros. Por exemplo, duas crianças muito pequenas brincando na mesma sala não há ação social, isso por falta de percepção do significado das ações do outro. Nesse caso não há ação social.
Outro critério é do significado: a ação do sujeito deve ter o seu valor como um sinal ou símbolo para os outros e as ações dos outros também devem ter seu valor como um sinal ou símbolo. Assim, a ações social será sempre dotada de sentido. A conduta é inserido num sistema de comunicação.

Uma vez identificado a ação como "ação social", torna-se necessário o sociólogo buscar compreender os sentido da ação. Um outro sociólogo que avançou a partir das bases colocadas por Max Weber foi Alfred Shutz, o qual gosto muito.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

O documentário "Derrubaram o Pinheirinho" e A SOCIOLOGIA CRÍTICA DE KARL MARX (Para aula do dia 07/05/2013)


É um documentário que conta a história dos quase 6000 moradores da ocupação "Pinheirinho". Essas pessoas moravam desde 2004 num terreno abandonado há mais de 20 anos, em São José dos Campos. Esse terreno era de propriedade de uma empresa que havia falido em 1989, a Selecta, pertencente ao empresário Naji Nahas.
Em julho de 2011, a justiça ordenou que as famílias fossem retiradas de lá. Em 22 de janeiro de 2012, a Polícia militar do estado de São Paulo realizou a reintegração de posse, colocando todos os 6000 para fora. A maioria deles saiu apenas com a roupa do corpo. No mesmo dia em que os moradores foram retirados do terreno, os tratores começaram a derrubar as casas com todos os pertences dos moradores dentro; o que é totalmente ilegal. 
Essas pessoas além de perderem o teto, perderam tudo o que tinham, tudo o que compraram em quase 8 anos de trabalho. A maioria das famílias eram bem pobres, que ganhavam entre 0 e 3 salários mínimos, o que é bem pouco num estado com alto custo de vida como São Paulo.
O governo, em vez de regularizar a situação dos quase 6000 moradores, preferiu expulsar todos eles do terreno e criar um imenso problema social na cidade.
Este documentário conta a história completa do Pinheirinho, desde a origem do terreno até a ocupação em 2004, as várias tentativas de acabar com a ocupação, as tentativas de segregar os moradores, as falsas promessas da prefeitura em regularizar o terreno, a reintegração em janeiro de 2012, até os fatos mais próximos de janeiro de 2013, quando o documentário foi finalizado.



Matéria original: site Luis Nassif



Este documentário nos ajudará a compreender melhor a concepção de sociedade para Karl Marx. De quebra, aproveitem para identificar algumas das principais críticas que são feitas ao ideal de "ORDEM E PREGRESSO", defendido pela sociologia de Durkheim.

(só lembrando que, devido o tempo de aula, assistiremos apenas um trecho - a definir - do documentário)

Se liguem, o cinema é uma ótima ferramenta de estudos!!!

Juntar cinema e sociologia é sucesso!

Principais aspectos da sociologia de Karl Marx que discutiremos na próxima aula (07/05)


"A história de todas as sociedades tem sido a história da luta de classes" 



Para Marx, 

·       As condições materiais determinam a organização social;
·         O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de uma sociedade forma sua base ou ESTRUTURA (também conhecido como infra-estrutura): fundamento sobre o qual se constituem as instituições sociais e políticas;
·         SUPER-ESTRUTURA - segundo a concepção materialista da história, na produção da vida os homens geram também outra espécie de produtos que não tem forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos moreia e estéticos, sistemas legais, sistemas de ensino, comunicação, conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida diversos;
·         Os homens se relacionam a partir de RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO
·         SOCIEDADE CAPITALISTA é dividida em duas classes sociais fundamentais = BURGUESES (os que detém os meios de produção) x PROLETÁRIOS ( os que não detém os meios de produção e são obrigados a venderem o único bem que possuem:  a sua força de trabalho);
·         MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO – QUESTIONA a perspectiva a qual as relações burguesas são naturais, estão de acordo com as leis da natureza, como se fossem independentes da influência do tempo sendo, por isto, consideradas eternas que devem sempre reger a sociedade (naturalismo);
·         Principais obras: O manifesto comunista (escrito em conjunto com Frederick Engels); O Capital; A Ideologia Alemã.

Organizado por: Juliéverson Carvalho.

O pensamento de Marx em charges


Analisem as imagens e comentem: sobre o que elas refletem?











E ai?
SE A SOCIOLOGIA DE KARL MARX É CRÍTICA, ENTÃO VAMOS EXERCÊ-LA E REFLETIR SOBRE A ALIENAÇÃO DO CAPITAL?

Pois bem, então 
Ouça esta música e comente sobre ela no final.

MÚSICA - CIDADÃO - ZÉ RAMALHO
"E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que ajudei a construir"